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O uso do termo encantado e das suas variantes é muito comum nos cultos afro-brasileiros. No intuito de averiguar se do seu emprego é possível inferir uma categoria etnopsicológica, procedeu-se a um levantamento do que tem sido dito a seu respeito na literatura acadêmica. Embora os encantados apareçam sempre envoltos em mistério e indeterminação, é possível perceber que alguns traços se repetem. Mostram-se em diferentes formas, podem ser espíritos e terem corpos, não terem nascido ou nunca terem morrido, classificam-se em famílias, podem reportar-se a cenários naturais, reminiscências históricas, referências literárias. Aparentemente, do ponto de vista etnopsicológico, os encantados sublinham o desconhecido e ressaltam a plasticidade da vivência religiosa, possibilitando enunciar e expressar, com grande liberdade, a experiência subjetiva.
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O objetivo dessa investigação foi identificar, em publicações direcionadas aos praticantes de artes marciais, como têm sido veiculados conteúdos relativos às características de lutadores profissionais que possuem destaque no universo das lutas. Para tal, submetemos à análise lexical realizada pelo software ALCESTE 40 perfis de lutadores profissionais publicados pelas revistas Tatame e Gracie, entre 1996 e 2009. Revista Tatame: foram identificados dois conjuntos de classes. O primeiro é composto pelas classes “o corpo na luta” e “desafio e provocação”. No segundo, temos “as artes”, “os melhores” e “família”. Revista Gracie: foram identificados um conjunto de classes e uma classe independente. O conjunto articula as classes “estratégias do vencedor”, “no ringue” e “reverência aos mestres”. A classe independente é composta por um vocabulário relativo ao “Surf”. No conjunto, apesar das especificidades encontradas, as duas publicações reiteram características do padrão hegemônico de masculinidade, associando virilidade, competição e violência ao “ser homem”.
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En palabras de Ángel Gabilondo, autor del prólogo, Foucault desconocido convoca a otro tipo de lectura, en la que el azar, la materialidad y la discontinuidad juegan su papel, en la que cada texto es más alusión que remisión o referencia, en la que no cabe acumulación ni progreso en la narración y en la que es más determinante la sintonía con el murmullo incesante de cosas dichas que la clasificación de lo que se viene diciendo. No sabría explicar por qué estos textos han alcanzado una suerte de sintonía cálida con Foucault, que es una comprensión con nuestro necesario trabajo de ascesis y de elaboración de nuestra propia vida. Y esta consideración no es ni individual ni personal. No sé si la palabra es movilización, activismo, implicación intervención, pero sí hay una cierta convocatoria en estos escritos a otra forma más poética y creativa de lo político, hasta alcanzar no sólo a la ciudad, sino a cada uno de nosotros . O mejor, hasta incidir en la necesidad de que seamos ciudad. Tal vez Foucault desconocido nos violente hacia una forma diferente de vivir, de pensar.
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O estudo teve como objetivo analisar a memória histórica da população da cidade do Rio de Janeiro sobre o Governo Juscelino Kubitschek e a construção de Brasília. As bases conceituais e teóricas da pesquisa empírica foram articuladas numa perspectiva psicossocial integrada de estudo da memória. Os participantes foram 450 moradores das diferentes zonas urbanas, distribuídos igualmente entre os sexos, entre as faixas etárias de 15 a 30, 40 a 55 e 65 a 80 anos e entre os níveis de escolaridade fundamental, médio e superior. A coleta dos dados foi feita através de tarefas de associação livre e de um questionário com perguntas fechadas e abertas. Os dados foram submetidos a uma análise estatística simples de distribuição de frequências. Os resultados evidenciaram semelhanças e diferenças entre as memórias das três gerações, que foram explicadas ou interpretadas nos termos da perspectiva psicossocial integrada.
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O trabalho apresenta dados referentes às investigações sobre a constituição histórica das formações identitárias nos grupos musicais e articulações com a formação musical na atualidade. Tanto a dimensão técnica quanto a presença da afetividade e da identidade grupal foram consideradas na análise do desenvolvimento da performance musical. Algumas características do processo grupal e seu papel no desenvolvimento das atividades cotidianas das corporações são apresentadas. Buscou-se, ainda, compreender as reações afetivo-emocionais manifestas pelos músicos e público nos espetáculos. A metodologia de diagnóstico e intervenção utilizou dos pressupostos da pesquisa participante e da pesquisa-intervenção psicossocial. A coleta de dados envolveu leitura de bibliografia específica e documentos históricos; gravações em vídeo, registros em fotografias de ensaios e apresentações; produção de mapas de registro de fenômenos grupais e entrevistas semiestruturadas com músicos. A manutenção das tradições religiosas locais revela uma identidade musical revestida de determinantes socioculturais e ideológicos. Em meio à manutenção da tradição emerge espaço para o novo.
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Esse texto tem por objetivo refletir acerca da existência de alguns pontos de contato entre a fenomenologia e a micro-história, abordagens que, a despeito de advirem de matrizes de pensamento diferenciadas, se constituem, a um só tempo, proposições teóricas e métodos de investigação científica. Na intenção de demonstrar a viabilidade da citada relação, foi retomada a bibliografia de referência relativa às mesmas, buscando apresentá-las tendo como ponto de partida uma perspectiva historiográfica. O olhar, seja ele de inspiração fenomenológica ou micro-histórica, se direciona para uma análise do fenômeno contextualizada do ponto de vista social e histórico, criando assim possibilidades de releitura da realidade.
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O presente ensaio apresenta uma fenomenologia da existência delineada a partir da leitura de Luigi Giussani em que os temas fundamentais são: a vida da palavra, a necessidade da esperança para a vida humana, a possibilidade e a necessidade de certeza para o enfrentamento da inevitável experiência de sofrimento e limite (na psicopatologia como em toda vida pessoal e social), o lugar da experiência religiosa para a constituição de tal certeza, o tipo de escuta da palavra que a certeza fundamental possibilita. Aponta características do trabalho de elaboração de tal experiência: desafia as circunstâncias, valoriza o instante presente. Conclui sobre o lugar imprescindível da experiência de dor para a constituição de sentido.
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Ensaio historiográfico sobre sumários e prefácios de manuais introdutórios à psicologia publicados entre 1890 e 1999, destacando: 1) primeiros grandes manuais (1890-1949); 2) textos influentes na afirmação da psicologia como ciência e profissão no Brasil, (1950-1974); 3) tradição dos textos norte-americanos ao longo do século XX; e 4) características inovadoras apresentadas no último quartil do século XX. Concluiu-se que: 1) os sumários mantêm-se coerentes com os mesmos tópicos temáticos 2) os prefácios escritos entre 1890 e 1974 mostraram-se preocupados com os desafios da integração do grande campo psicológico, insistindo que teorias e sistemas eram perspectivas e contribuições, devendo ser evitados como modos reducionistas e radicais de introdução a um ponto de vista apenas; 3) os prefácios escritos entre 1975 e 1999, apresentam a psicologia como campo de múltiplas perspectivas, estando nesta condição sua peculiaridade e contribuição, e esperam dos profissionais a capacidade de lidar com a diferença e a diversidade.
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Este artigo teve como objetivo apreender imagens do corpo e explicitar as significações imaginárias sociais relativas a ele, construídas em diferentes épocas e lugares. Foi estudada uma dúzia de obras literárias, incluindo utopias, peças teatrais, livros de aventura e romances, nas quais aparecem sociedades fictícias e há descrições do corpo de personagens. A noção de Castoriadis de domínio social-histórico foi o principal referencial teórico, levando à busca das significações imaginárias e de suas diferentes determinações. Procedimentos de análise do discurso foram utilizados para apreender as descrições do corpo e contrapô-las às informações sobre os autores e suas épocas. Foram detectadas as seguintes imagens do corpo: virtuoso, do mal, velado, asqueroso, real, involuído, uniforme, hierárquico, ideal, produzido, condenado, exposto. Como esperado, verificou-se que há diversas imagens e que elas refletem o lugar e a época em que surgiram. Há, porém, imagens que persistem ao longo do tempo.
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Helena Antipoff muito contribuiu para o desenvolvimento dos estudos e pesquisas em Psicologia e Educação no Brasil. Ao vislumbrar sua produção bibliográfica, percebe-se seu interesse pelo meio rural e pela aplicação da Psicologia à formação de professores para atuação nestes espaços. Este estudo teve por objetivo refletir sobre as concepções de “rural”, “escola” e “educação” presentes na obra de Helena Antipoff. Foram analisados textos do quarto volume da Coletânea de Obras Escritas de Helena Antipoff, intitulado Educação Rural. Na perspectiva antipoffiana, o meio rural é percebido como local propício ao ensino e aprendizagem, sendo eleito como local de sua atenção e implementação de estratégias pedagógicas. Helena Antipoff defendia o desenvolvimento de um modelo democrático de educação que pudesse contribuir com a população rural brasileira. Revisitar sua obra faz-se necessário num momento de grandes debates sobre a inclusão e ampliação de políticas públicas de educação e aplicação dos conhecimentos psicológicos a novos contextos.
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Este artigo examina alguns exemplos de discursos da cultura luso-brasileira dos séculos XVI, XVII e parte do XVIII que, a partir da analogia entre medicina da alma individual e medicina do corpo social, propõem tratamentos para o pathos manifesto na esfera pública. Trata-se de parte de um estudo em história das ideias psicológicas que enfoca os males da alma na cultura luso-brasileira em diálogo com o contexto mais amplo da cultura da primeira modernidade, em especial, da renovada tradição da arte da consolação. Conclui-se que a analogia entre a medicina da alma individual e do corpo social referendava variadas práticas psicológicas numa dinâmica entre atenção ao particular e ação no social.
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O presente artigo analisa o emprego da metáfora do coração em sermões pregados no Brasil no período colonial, buscando apreender seu significado e função no universo cultural da época e no âmbito da tradição ocidental. O coração adquire um papel especialmente relevante tendo em vista seu lugar central na vida espiritual, segundo a perspectiva bíblica, e tendo em vista sua dimensão de interface entre a dimensão somática e a dimensão psicológica, dimensão esta ressaltada pela ciência médica e pela antropologia filosófica. Em virtude do fato de expressar as três dimensões fundamentais da pessoa humana, o coração torna-se então o órgão mais representativo do ponto de vista antropológico e teológico. O pregador encarrega-se de transmitir esse conhecimento acerca do coração e também se coloca como médico de suas enfermidades.
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Nel titolo di questo omaggio alla professoressa Ales Bello sono indicati i temi di maggior interesse, che esprimono il messaggio teoretico fondamentale che si ricava dalla lettura delle innumerevoli opere della studiosa, interprete originale e propositiva della fenomenologia husserliana in Italia. I contributi spaziano dalla metafisica, alla filosofia della religione, alla teologia e mistica, dall'antropologia filosofica, all'etica, al diritto, alla psicologia e psicopatologia fenomenologica.
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Este trabalho pôde ser desenvolvido na Universidade do Estado do Rio de Janeiro, a partir de duas experiências clínicas de alunos de psicologia, no hospital. Discutem-se as divergências entre psicanálise e medicina, principalmente no que tange à concepção de sujeito para ambas: no momento em que a medicina biologizante está cada vez mais próxima de um discurso cientificista – até mesmo na mídia –, ela corre o risco de foracluir o sujeito, enquanto que a psicologia no hospital sempre pode reintroduzir a importância da subjetividade, à imagem do que tentou fazer Georges Canguilhem na medicina e do que faz a psicanálise quando insiste na função do sintoma como presentificação do sujeito. A abordagem do diagnóstico e a da direção do tratamento diferentes conforme o discurso da medicina biologizante e o discurso da psicanálise têm, necessariamente, consequências na relação com o paciente. Tais consequências são discutidas especialmente quanto à noção de saber e não saber na clínica.
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Habitar um presente que se faz a cada instante, tangenciar o infinito das origens contemporâneas ao devir, estar à altura de transformar o seu tempo – aqui está a inspiração de Foucault que nos instiga pensar a respeito de trabalho, subjetividade, ética e contemporaneidade. Afinal, como traçar uma política de enfrentamento em um mundo capitalista onde o trabalho se insere em uma lógica de produção de mundos, em que o trabalho, mais do que bens e serviços, produz subjetividades que alimentam o próprio capitalismo? O que nos tornamos nesse processo? Como vem se dando a captura das potencialidades de criação capazes de inventar outros mundos possíveis? Como resistir no presente, pelo trabalho, a tais investidas contra o poder de agir individual e coletivo? Como fazer da própria atividade de trabalho um meio para transformar as instituições que o atravessam? Como criar vias para uma crítica relativa aos modos como o trabalho pode se tornar lastro para fixações identitárias, ligando subjetividade e verdade e, ao mesmo tempo, como pode ele se tornar caminho para as indagações: o que estamos fazemos de nós mesmos?; que trabalho estamos operando sobre nós mesmos? Nesta direção, afirmamos uma linha de pesquisa-intervenção que toma como eixo ético-político a afirmação de uma relação inventiva com o trabalho.
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O presente artigo discorre sobre o posicionamento da bioética em relação a temas que suscitam conflitos éticos, científicos, culturais e jurídicos, enfatizando a temática da eutanásia. Busca-se ainda situar as repercussões dessas questões no âmbito das profissões da saúde, destacando-se a psicologia. Mais do que oferecer informações, procura-se despertar reflexões acerca dos limites da vida e da morte e discutir como as construções sociais atravessam tais concepções. Problematiza-se ainda como as características da contemporaneidade tornam possíveis e ao mesmo tempo mais complexas as discussões em relação aos problemas bioéticos. Apresentamos os atravessamentos da bioética, especificamente da eutanásia, no exercício profissional da psicologia.
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Neste artigo, apresenta-se um ponto de vista histórico-crítico a respeito do processo de produção de discurso sobre as relações entre Saúde Mental e Trabalho no Brasil (SMT) entre as décadas de 1920 e 1990. Foram selecionados para o trabalho de revisão artigos de periódicos correntes e não-correntes, dissertações de mestrado e doutorado, livros e outras publicações, cobrindo o período de 1925 a 1995. Partindo-se do pressuposto da centralidade da categoria trabalho e elegendo-se a relação capital x trabalho como eixo de análise, três matrizes discursivas foram denominadas: Higiene Mental do Trabalho (HMT), Psicologia Industrial e Organizacional (PIO) e Saúde Mental do Trabalhador (SM do T). Pontos de contato e relações de descontinuidade entre as três referências discursivas - o que permaneceu, o que se perdeu ou foi superado e o que se transformou no tempo.
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A partir de reflexões de Walter Benjamin sobre a arte de narrar, o artigo é fruto de uma indagação sobre as narratividades em pesquisas em ciências humanas que lidam com a palavra do outro. Considerando narratividade como um modo de enunciação assentado em uma compreensão política do tempo histórico, as contribuições de Benjamin ao estudo das narratividades são múltiplas. O intuito do artigo é a apresentação de algumas possibilidades de diálogo entre o legado de Benjamin e as narratividades em ciências humanas, principalmente aquelas voltadas à íntima relação entre contar histórias, instituir políticas de narratividade e inquirir o sentido filosófico e histórico da memória e do esquecimento.
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Tipo de recurso
- Artigo de periódico (1.655)
- Conferência (1)
- Livro (418)
- Seção de livro (618)
- Tese (465)
Ano de publicação
- Entre 1900 e 1999 (224)
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Entre 2000 e 2024
(2.929)
- Entre 2000 e 2009 (863)
- Entre 2010 e 2019 (1.388)
- Entre 2020 e 2024 (678)
- Desconhecido (4)